quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ser-humano

Vivo, logo penso, não sei se existo
Mas resisto, enfrento o tempo, não sei se corro
Pelos tempos, já devia ter mudado
O teu nome, tua casa, tua estrada
O ser-humano não se esconde e leva tapa
Da natureza, da presteza do saber divino
Ser humano não é deixar tudo pra trás
Quando na praia não me cerco a ouvir tua voz
Cacos aqui, trapos por lá, natureza por si
Ser-humano, quanta coisa tu te desprendes
As vestes do teu corpo vão ficando para cá
As latas da boca, os papéis dos olhos
Enfim cada pedaço de ti!
Ser humano não é deixar tudo pra trás
É demonstrar presteza com quem te ama!
É recolher cada pedaço que te dana
Pelas praias teu rastro acho fácil
Tá no pedaço de tudo que não quis pra si
Penso, logo vivo, não sei se quero
Ficar aqui, parado a questionar
O mundo, tua vida, teu revés!
Vou sacodir a poeira, me limpar...
Olhar teus olhos, outra vez me perguntar
Ser humano é deixar tudo pra trás?

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