sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Recente...

Ainda procuro por suas mãos
E que estas falem baixo
Baixo o quanto possamos dialogar
Sem gritos! Por favor... meus ouvidos doem

Ainda sinto seu corpo leve
Sua tão cheirosa pele, dias vis
Ainda recordo sua serenidade
Sua integridade

Hoje vejo seus movimentos
Mas um limite há
Hoje você me cruza
Mas um limite há

Ainda sinto sua boca triste
Por ter de dividir-me
Ainda sinto seu olhar emudecer-se
Por ter de ver-me entre espinhos

Hoje nada vejo
Queria!
Mas não vejo um palmo
Histórias criadas me remetem ao fim...

Ainda ouço suas palavras
Sinto ter de deixar-lhe assim
Seu pequeno corpo ainda me assola
Ainda me queima de paixão

Lembro-me...
Apenas lembro-me...

domingo, 14 de novembro de 2010

Escassez

Hoje a noite parece uma escassez
Escassez de amor e de colo
Quando tudo o que vejo me parece belo
E o belo em poesia é a falta

Falta de algo simples, algo verdadeiro
Falta daquilo que nos une e que faz rir
O que os pássaros querem?
Mais um canto para não sentir escassez de alpiste?

Não sei, mas continuo aqui
Você vai por caminhos alheios
Preocupo-me com qualquer coisa...
Mas não comigo... quem sabe os dias

Os dias não venham mais ensolarados no próximo verão
Com seu corpo ali parado e sendo acariciado pelo sol
Tentando desesperadamente colidir a verdadeira vida com o amor!
Mas não... vamos levando em silêncio

Os dias vão assim passando...
E as noites vão escassas nos tornando...
Mais amáveis ou mais duráveis
Depende do ponto de vista, depende do seu modo de ver-me...