sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Crescente

O labirinto dos dias na rua
Sobre caminhar e não olhar
Para trás onde esta seu coração
Algo batendo à porta, tique-taque
Hora de voltar, recolher o seu espellho
Crescente como a chuva que nos falta, calor
Em seu espelho ainda ver-lhe sonhando com a dor
Quais dias ficaram congelados pela rua que caminhava
Depressa com a sanidade fugida, seria ali o último encontro
Numa crescente que se congelou num dia numa noite de enigmas
Devagar como se alguma coisa segurasse-nos, fincado  pés
Quais noites foram melhores que o ar quente que emitia
Seu espelho refletia o que deixou para trás de amor
Crescente como a saudade que fica, martelando
Hora de recomeçar, pendurar o espelho
Atrás da porta e lembrar-se todo dia
Que ali sim, mora o meu coração
Caminhar firme e adentrar
No labirinto desta paixão

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pensamentos instantâneos

Como explicar o vai e vêm de ideias
A cabeça trabalhando de forma alucinada
Os dias que passam por baixo dos pés
O riso incontrolável das memórias boas

O pensar instantâneo com outra pessoa
Num instante de magia e vontade de ser
Estar assim sem medida atrelado à verdade
Trazer à luz do dia as palavras certas para ela

E antes que possa saber, corro atrás de viver
Sentar-me à frente do infinito e pulsar palavras
Por que assim o papel que voar, vai encontrá-la

E antes que possa escrever, correr atrás de saber
Sentar-me ao seu lado e assim definir
Que o que vem deixará o papel voar, fim

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Calendário passado

Calendário atrasado, dias passados
Num dia onde meu coração, sensato
Por você que não o quis, se despedaçou
Foram dias em que a folha não virou
Como retornar ao ponto? Esta nublado
Viro as folhas e os dias são os mesmos
São dias de janeiro, fevereiro, março
Mas são tudo o mesmo dia dos cacos

Calendário congelado, no seu olhar de lado
No dia em que o papel não voou com o vento
A noite não deixou a folha virar à frente
Por que eu não quis que fosse assim, fácil
Como retornar ao ponto? Esta claro agora
Viro as folhas e não são mais os mesmos dias
Aceleram-se a cada minuto e me tomam
O pouco do que me sobra de suas palavras

Tempo louco que atravessou dias sem ouvir
Qualquer coisinha que pudesse me ater
À cola que consertaria o vaso despeçado
As conversas compassadas, o coração misto
Misto de ausência, esperança e conforto
Viro as folhas do calendário, mas os dias, sim
Passam e passam depressa demais! Esta claro
Claro como o que escrevo... tempo passado...





terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Numa noite

Numa noite a lua enlua
Você me aparece linda nua
Arruma os cachos, de lado deita
O corpo acorda, você retorna

Numa noite a lua brilha
Briga o sono, obriga o som
Foi tudo bem, mas foi em vão
Não sonho mais não sou a lua

Que abriga sob sua luz
Crises de choro, jeitos vis
Do grito mudo, gestos insanos

Numa noite a lua enlua
Vem assim sobre o perdão
Somente amor, somente não

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Seu corpo

Sua pele, seda pele de suor sabor
Sua boca, doce boca de suave dor
Quando morde, secos olhos, pavor
Corpo quente, mente sã, seu toque

Corpo curvas, saudade amor que há
Curvas de amor, saudade que já dói
Que deste lado um infinito se abre
Curvas só, corpo que perfeito constrói

Sua pele, seda pele de qualquer torpor
Boca leve, mãos que percorrem, o ser
Quando morde, louco fico, seu toque

Seu corpo fala, me toca, assim exala
Qualquer coisa que em mim, me fala
Louco sou, assim estou, quer esquecer?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O café

De tarde sob o sol escondido do teto
Sobre lençóis os gritos surdos da alma
O ar, quente soprando nos ouvidos
De tarde, sob o sol, o café na garganta
Suas mãos pro alto e abaixo! Sussurra

Mira os olhos apaixonados e tristes
Desdenha do que houve, mas que ouve
Com atenção os risos escondidos
Foram estes os passos de antes, um oi
Não sobraram muitos grãos para o café

Mas há ainda tempo que tenham ponteiros
Que possam ir devagar numa tarde de lua.
Miram-me dois olhos quase cerrados e vivos!
Por trás da face cujo sol se anima iluminar
Dizendo assim que talvez, seja hora de mudar

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Resistência

Desde cedo o corpo desperta
Tarde ele se apresenta solto
Corra contra o tempo, decrete!
Que é preciso se mexer, viver!

Desde sempre o que há de novo
Foi o velho anúncio do fim, crie!
Sua coragem, sua própria força
Não desconte nas outras amebas

Corra contra sua velha resistência
Dê-me apenas sua mão e não solte
Abra bem sua boca de resiliência!

Grite dentro de mim o seu amor
Assim eu sei que posso seguir
Remando neste louco imenso mar

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Labirinto

Entremeando sentimentos confusos
Entrecortando caminhos desconhecidos
Sua face guiando os passos, poesia
Onde põe os pés nascem flores

Entremeando sentimentos confusos
Que quando não passa, o vento sopra
A rua vira cinza e as pessoas, pedras
Por onde anda quando não aqui?

Entrecortando caminhos desconhecidos
Num labirinto sem fim, meio e começo
A entrada esta em suas mãos, a chave
Que abre as portas deste louco coração

Entrecortando caminhos desconhecidos
Como a um som desafinado, mas doce
O labirinto criado com sua lembrança
Que desperta este vício de paixão

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O poeta

Eterna mania de errar
No peito vontade...
... de explodir, ser
Junto a ti andar, amar

Eterna mania de ficar
Do lado escuro do ser
Explodir sem ver
Tua louca mania de gostar

De mim do ser, poeta
Onde andas hoje, pois
Deveria minha boca beijar

Se ouvires minha voz
Não esqueças que sou
Um triste amanhecer

domingo, 18 de janeiro de 2015

Não é fácil

Vou lhe contar um aperto
No corpo que acomete o coração
São os dias de pleno verão
Verão ainda que não sou um nada

Vou lhe dizer deste aperto no peito
Que soma minhas vontades
Um dia numa praia, a areia
Sob as mãos fechadas segurou

Foi um ato demorado, qual caso
Num descaso sem medidas
Seu cheiro tomando o ar
Foi uma nuance passional

Vou lhe dizer deste aperto
Dos sussurros que me causa
Sua voz, suas risadas perdidas
Vou lhe dizer... não é fácil...



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

E se

E se a felicidade que exalo
Fosse igual à tristeza que guardo
Escondida no peito
Atrás do espelho da alma

E se o sorriso que envolvo
Fosse igual às lágrimas que escondo
Guardadas nos olhos
Atrás de um olhar suspeito

E se o mundo que tenho
Fosse igual ao que sonho
Sem vírgulas ou ponto

Sem esta vontade que some
Com as mãos frias e pasmas
Sem travessão, apenas paixão 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Dias de sol

Tem dias que os dias de sol são doces
Noutros estes mesmos dias são torres
Tão altos para serem alcançados, sim
São difíceis os dias de chuva em mim

Tem dias que nada vale mais a pena, sou
Aquele que do mar leva o sal, sim, é real
O que sinto, em dias de sol, dias de chuva
Não importa, mesmo alto como torres

Não há elevadores para alcançar seu amor
Não há escadas para percorrer seu corpo
Mas há os olhos para apreciar sua alma

Se não há escuridão nos dias de sol
Também não fico perdido, e as flores
Todas juntas agradecem sua luz

Manhã

Sua pele sob o ar soprando seu perfume
Sua boca sussurrando pela manhã
Qualquer palavra... qualquer minuto
Quando acordou, despertou...

Sua alma caminhando, melodia terna
Corpo destacado pela roupa sã
Sua pele sob a luz da manhã
Qualquer palavra disse, não me lembro

Lembro-me de apreciar com o coração
Qualquer pedaço que de você
Faz-me lembrar uma inocente paixão

Lembro-me de gostar disto cada vez
Que não muito distante de mim
Estende seus olhos nos meus, por nada

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Ponto de vista

É um pontO de vistA
Uma SinA. Qual dia
UmA baguNça palavreaDa
É um poNto de vista seU
MinhA bagunÇa nÃo importa...
RelevE, pois, sempre reveLou
Que nãO se importa
Viver assIm não é vivEr
É sobrevivEr, quaL ponTo de vistA
Não sE importe coM nossa...
... BaguNça

É o fim de um ponto de vista
Morto pela insensatez dos anos
Não adianta bater na ponta
Da faca que teima em apontar
Para as palavras que queriam ajudar
Para os dias que teimamos ser
O que ninguém ousa sequer imaginar
Fez-nos duros de coração
Mesmo sendo isto... o contrário
Do que nos manda a oração

É Um pontO de viSta
O nosSo... BagunçAdo
VisaDo pela Vida
EsquecIdo peloS quem
De quEm mais nos aDmira
É uM pontO
DentrO do que fora esta
Na curVa desta viDa
TalveZ umA vitÓria
Que venHa anunciaR

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

À sua

Qual dia me disse que não
Seu corpo jogado na areia
Minha vontade traduzida
Uma espasmos em mim

Qual coração esta vestindo
O seu? Por que seu corpo
Doce corpo, exala um perfume
Que sinto do seu sexo, doce

Num dia me espera
Vai até as nuvens comigo
Dorme e assim me acha

Noutro me consome
Acorda e me percebe
Me ama e me persegue

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O pato

O pato enganado não vai ao lago
Senta e grasna, resolve patear
O pato com a pata não se dá
Os dois se enroscam, mas o pato
Ahh o pato
Este corre atrás da pata sem pensar

O pato enganado não nada nada
Olha torto o giro do preá
Rato doido mascando e observando
O pato enganado nem dá de grasnar
Olha o lago e se cansa de pensar
Nadar não quer, viver talvez

A pata olha o pato e nada faz
Dá de ombros e some no mato
Foi atrás do grasnado do marreco
O pato desiludido resolveu pensar
Foi nadar e pensou que poderia ir ao mar
Só esqueceu que é muito longe
Resolveu por fim se cansar...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ir sem vir

Cabelo ao vento, me contento
Não entendo este momento
Em que a vez é dada, ignorada
Gente vai, gente vem, mas você
Você me engasga com seu jeito
Destrói o pouco de ar que respiro

Corpo ao vento, quão intenso
Sua presença, sua pele clara
O movimento de sua expressão
Qual vez consigo disfarçar
Estes olhos que miram sem notar
E nota? Destrói o que há de certo

Você é guia que guia um medo
Na rede de paixão, sua fala
Voz suave jogada ao vento
A vez é dada, mas comedida
Feita de uma inconsciência
A arte de partir sem chegar

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Sua sombra

Face de anjo, jeito de gente, corpo doce
Nos olhos, meigos olhos, fome
Devora a alma alheia sem pudor
Traz no perfume seco, da flor o olor
Face de gente, jeito de anjo, corpo treme
No olhar o que há senão desejo
Devora uns olhos metidos neste corpo
Se vira, se vai, me destrói

Nos olhos um jeito de desencanto
Nas vezes em que reclama solidão
A percepção de mundo é crua, vil
Quando dorme, simples, suspira leve
O perfume do seu dormir é intenso
Faz-me um poeta cego pelo mundo
Sem chance de o travesseiro dividir

Face de anjo, boca de mulher, corpo...
Aiai... Qual sonho sonha quando sonha?
Nas vezes em que reclama a solidão
Qual corpo busca? Qual coração espera?
Diante do mar estava sentado, nada
Apenas a sombra de sua passagem...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O ponto de inversão

Tanto tempo, tantos ares
Coisas mal resolvidas
Frases mal acabadas, vontade
De fazer sem ter com que
Ao menos sustentar força

Tanto tempo, tantos olhares
Que se esvaem ante a ira
De que tudo esta errado
Em qual ponto houve inversão
Dos sorrisos em tristeza
Do bem consumido pelo mal

Tanto tempo, tantos azares
É hora da inversão, juntar
Os cacos e colar com a dor
Nisto deixar inerte, sem cor
Sem nenhum misto do torpor
Dos pontos atrás deste ponto

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Peso na alma

Tem dias em que a vontade se deita
Ao lado da preguiça mental e foge
Do corpo que devia disposto estar
Some, carrega consigo o ânimo
Traz uma sombra aos olhos meus
Tem dias em que a vontade se deita
Ao lado da preguiça mental e dorme

Em qual estação a força explode
No corpo que devia disposto estar
Traz de volta o canto do anu
Que do alto do coqueiro se alimenta
Isto anima a alma e faz
Trazer de volta todo seu alvorecer
Em qual estação de volta esta, paz

Tem dias em que a vontade se cala
Some em larga escala e dá
Ao corpo que devia disposto estar
Um peso incorrigível pela caneta
As palavras pesam, os olhos pesam
Tem dias em que a vontade se deita
Ao seu lado, assim nada há que mudar

sábado, 3 de janeiro de 2015

Por onde

Por onde anda você
Com sua face limpa
Sua doce forma de ser
Traz-me sua força, amor

Por onde anda você
Que me ensinou a ser
Poeta, amigo, amante
Ser assim um errante

Por onde eu estou
Que não ao seu lado
Sendo pleno, amado

Por onde eu vou
Agora que a lágrima
Sente seu esmorecer...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Em algumas palavras

Em algumas palavras cuspir o interior
Tornar real o escondido na alma
Importa uns olhos de ódio mirando-me
Em algumas palavras fugir para o paraíso

Bastam os dias de pleno amor
Onde o encanto dos olhos seus
Temendo ficar distante de mim
Aceitam toda a minha dor

Em algumas palavras delinear sua beleza
Que qual a uma manhã azul
Transpira suavidade e esperança
Novo tempo, novas carícias, quando começa?

Bastam as noites de pleno amor
Onde o encanto da luz baixa
Unida ao olor do quarto quente
Transpira rios do nosso vapor

Em algumas palavras ter-lhe
Nunca largar-lhe a mão suave
Novo tempo, nova vida
Basta-me acordar e sentir sua presença