sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Soneto à insanidade

Queria ser certo, tão certo quanto o mar
Que chega até a orla sempre no mesmo ponto
Queria ser feliz como são os humanos
Eu queria ser humano, queria ser mortal...

Queria ser certo sempre! Casual...
Como são seus olhos, que já sabiam
O que vai aqui dentro deste coração
O quão sincero... fui, e não ligou

Ser assim meio humano, meio louco
Meio poeta e meio maduro
Que revela coisas insanas, pense...

Que se não há nada em seu coração
O sorriso que brota de sua face...
Não faria sentido pro seu jeito de ser...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Quatrix da busca

Desgasto o regaço deste calo gasto
E gasto a força já desgastada pelo calo
Que quando calo gasto o silêncio e desgasto
O andar e os calos desgastados pela busca gasta

domingo, 7 de setembro de 2008

Luz dos meus cadernos

Outro dia e quem mais fria que a lua
Numa valia noutra foi feita, vendida!
Quisera ser liberto, feito estrela, feito o mar
Que como minh'alma caminha livre
Escreve como quer, a quem merece
Qualquer marisco, qualquer lula, e a toda lua
Nem se incomoda com o som da voz
De quem está encravado na falta
Do que se faz, se come, se envolve

Outro dia e mais a lua pra se ver
Como menção de luz... de noite
Que como a verdade que corrói a poesia
Transforma-a em seguidora da ilusão
A que penetra mansamente nos olhos
E dá-me uma ponta de luz
Para clarear as folhas dos meus cadernos...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Em minhas mãos

Nos cantos da sala onde mora minha razão
Está o quadro silencioso dos desejos seus
Este move a inspiração que habita meu coração
E que versifica todas as nuances do espelho meu

Raras as vezes que esqueço de lembrar seu jeito
Sua beleza, sua vida, sua sensualidade de andar
Raros os momentos que vivo e que lhe vejo
Nas esquinas, nas praias, no meu ilógico jeito de sonhar

Que lá pelas tantas horas da noite já é lua
Meu coração sorri sonhando acordado
Com sua luz, sua poesia e sua voz

Nos cantos da sala aqui deste meu coração
O seu quadro vigora e me direciona
Para o fim, a ilusão, a loucura de minhas mãos

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Quatrix nulo

O nulo que anula o amor
La luna amorosa anula
É o que seu coração nulo deixou
A vida anulada deste poeta nulo