segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vivo

Dentro do carro sob o sol e observando
A menina que passa pelo farol, despistando
Sabe que é, mas pensa que não sei
Que ei de sentir, como o louco Cazé

Só risos

Por dentro, por fora, pelo ar
Acalento, agora, esta falta do falar
Uma fina camada sussurra em meus ouvidos
Ela caminha e quase está na calçada

Se foi

Quase, caiu-lhe das mãos umas folhas
A buzina ouvi, gritaram-me aforras
'Lerdo! Que passa?' - se vissem o que vi
Morri, preso entre ferragens, mas passa

Acordo

O jeito tosco da cama e do teto
O leito morno , escurecido e quieto
A mãe do lado e o pai sisudo Carrancudo,
'Vivo!' - o doutor pressupõe...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Iris viciantes

Quase perfeito! Não fosse esta coceira no pé do ouvido...
A brisa me deixa cabisbaixo sondando os acontecimentos
E me entrego aos passos lentos e suaves de quem passou
Ou ainda vai passar... vou apenas no rastro...

O tempo do relógio para quando procuro que horas são
Traem o sentido que gostaria de observar, mas são escondidos
Os sentimentos que por vezes não desejaria ter, mas os tenho
Onde você esta? Onde estão suas duas iris viciantes?

Num tempo mais adiante não irei querer mais,
Talvez isto seja outra mentira da lua, do sol, estrelas
Que quando caem são rasgadas pela vontade louca de suar
Suar junto quando não somos mais nada!

No canto do quarto o relógio ainda trabalha, mas parado
O ar ligado descansa os poros depois da intensidade
É noite alta, a flor descansa e meus pés se acalmam
É noite fria, o cobertor nos abraça e você sussurra... amo...