segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Araguaia

À beira do rio
No peito o brio
O eixo do peixe
Na rede anseio
Na face, sua sede

À beira do rio
No peito anseio
Meio do eixo
Na rede sede
Sob a lua, tu

À beira do rio
Riso rio ri
Araguaia afamado
Na rede nada
O peixe que foge

À beira do rio
O peixe que olha
A cama sob a lua
Sorri pelo certo
Hoje não é isca
No Araguaia some...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Este sorriso

Este sorriso na praia
Como a vida leve
Os olhos que acompanham
Esta alegria breve

Breve por que há
Entre você e meus dedos
A serra do urutu
Donde brotam ilusões

Que são como bolsões
Ante este riso de menina
Sob sua aura menina

Toda feita de perdões
Que me encanta, cede e rima
Como se fosse minha toda

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Eu sigo você

Eu sigo você, mesmo parado
Meu coração vai até o seu
Em pensamento andando
Onde haja ao menos um sorriso seu
Mesmo que triste eu me encontre
Eu sigo você, digo pra mim

Digo pra mim e mudo o rumo
Basta saber, está bem
E no perfume da manhã
Quando o sol se desprende do mar
Quando encho o peito de ar
E penso: mais um dia

Poderia gritar, mas me calo
Nestes dias obscuros
Por umas palavras mal ditas
E a porta que fecho, ficou aberta
Por anos à espera do seu olhar
A fresta estará lá, entreaberta

Quem sabe o dia de amanhã?
Eu sigo a mim, nestes dias
E as palavras rastejam sob o eu
É sobre tudo que não foi
É sobre tudo que não quis
Sempre foi sobre tudo que não fiz

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Giro

Minha mão alcança o muro
Desenho seu nome com a faca
Com a faca que cortei minhas mãos
E me alçou no seu rastro...
Injusto seria se não amasse assim

Minha palma da mão tem seu rosto
Desenhado com a ilusão dos seus olhos
Pintados sobre uma tela escura
Sobre o que não me alcança, o muro
Onde sua casa se esconde, seu nome

Minhas pernas correm e se deparam
Com a falta de sentido dos seres desumanos
Onde está nossa garra e nosso coração
Endurecidos pela falta de abertura...
... o amor perdeu?

É que quando me dou conta giro
Giro e volto no tempo espaço
No momento em que fitava meus olhos
Me detonava sem que soltasse palavras, mas
Descarregou seu destino em minhas poesias...

É que assim, sem destino, sem palavras suas
Sobram estas alucinações desconexas
Sem sentido formando versos
Alçando minhas mãos ao muro e o peito
Envolto no coração... Gritando seu nome

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Sono breve

Sai, vai, não se furte
O que vê nestes dias?
Luzes, vozes, os olhares
O que se assemelha a você
Qual é o seu espelho
Em que corpo se acha o amor

Sai, vai, não volte, escute
Há algo mais que correr
Há uma vontade fluida
Que escorre pelo corpo
E banha esta sensação de ir
Para onde não haja dúvidas

Sai, vem, vá, escute, fale!
Que nada aqui pode tapar o sol
Senão esta sua feição de luz
Mais brilhante que a lua
Nesta noite de sonho leve
Neste embalo de sono breve

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O amor

O amor é esta coisa louca
Que lhe bota pra correr sem chão
Em meio à imensa massa
Chamada multidão
Sem que tenha ciência
Que sob os pés
Nada se tem, mas
Ainda sim se vive, se corre

O amor é esta coisa louca
Que lhe destrói um pouco a cada dia
Até luta para manter a sanidade
Sabendo ser em vão
Qualquer atitude para ser
Um pouco mais certo
Mantendo os pés no chão, mas
Não! O amor lhe põe arpão

O amor é uma mentira
Contada pela verdade
Na qual você acredita viver
E se vive...
Acreditar é mais do que entender
É acordar sabendo que tem um coração
Pronto para amar, sem mesmo
Um sol para brilhar sobre sua vida

O amor é esta coisa louca
Que lhe deixa sem explicação para sorrir
Põe você contra a parede
Emudece sua fala
Chora, aquece, prece
Ora a Deus por este coração
O amor não precisa razão
Precisa da sua doce sensação