domingo, 22 de novembro de 2009

Sentido

Dias distantes estão mais frequentes
Como as marés que estão enchendo
Estão ficando intensos e dramáticos
Precisamos de dias frios... mais luas novas

Os dias quentes podem nos trazer o mar
Mas nosso barco pode não mais navegar
É um capricho da modernidade, um motor a menos
Preciso comprar aqueles remos, chego até a ilha

Será que preciso dizer o quanto dói... (?)
Acho que preciso apenas dizer que não quero
A saudade vem ainda mais forte
É um rebento que se perde do seu seio...

Será que vou descer aquela montanha? E chorar...
Vou ficar lá. Do alto sentir a brisa mansa que sobe
Vem lá do mar e pousa levemente, o corpo sente
O sol que já se vai, é quase noite... e a escuridão assola
É hora de dormir... hora de sentir a paz...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nascer

Saudade é como uma folha presa a uma árvore
Os ventos vão batendo e ela vencendo
Mas chega a hora em que cai... daí alguém a recolhe
E a põe no bolso... é um fim, fim da saudade

Não lembro mais daí o nome
Saudade é como uma brisa suave
Nos refresca a fúria do calor
Traz-nos assim uma leve sensação de paz

Ah esta saudade que sinto não sei de que
Mas que traz lembranças incógnitas de amor
Ah esta saudade que mexe com uma vida
Como se fosse um pássaro voando raso

E levando consigo toda a esperança de luz.
Precisamos então da paz, respeitar nosso tempo.
Cada dia é um pio a mais, um pássaro novo nascendo
Um coração que na vida vai florescendo...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Capitais

Num canto escuro, encontro água
E nesta água me espelho frio.
Sem expressão, a lua nesta água é refletida
Caem as estrelas todas, perece chuva

Fotografias de um passado recente
São estrelas apagadas, foram nas capitais
Foram alguns pecados imensuráveis
O que há de vir? A luz vem logo após

É noite ainda e a estrada está intensa
Cada vez mais perigosa com curvas sinuosas
Os retratos já não param para vermos
Quem nos espreita, com face feliz! Era um sorriso

Num canto, clareando mansamente meus olhos
Está o feixe de luz que adentra, é uma estrela,
Adentra meu peito e sussurra palavras doces.
A mão pousa na face, os olhos fecham... é dia...

"Não dizem nada de um começo truncado, é apenas um meio de se fazer certo"
                                                                                                                    Agassi

O Bom Dia

Todos os dias deveriam ser bons dias
Não fossem o sol e a chuva
Que sabiamente não nos deixam brecha
Para especularmos dias bons, ou (meio?) bons

E se os dias fossem despertados com quem a gente gosta
Nem sempre há assim tantos bons dias...
Nem sempre nos é dado tantos bons dias quanto damos
Na manhã de hoje, o sol é de um claro dia incomum

Quantas pessoas caminham numa praia à toa
Apenas para sentir a brisa (?)... é, somos felizes
Felizes em poder sentir um alvo dia de sol
E deixá-lo iluminar o corpo inteiro, é, vou me deitar

Na areia da praia e esperar no ócio criativo
As palavras que quero tanto expressar!
Talvez seja apenas escrevendo bom dia... ou oi
Mesmo assim estarei lá, sentindo a vida mansa...

A todas as pessoas sãs e loucas!

domingo, 8 de novembro de 2009

Pó em pedra

Dias de calor, porém muito nublados
Os passos das pessoas estão mais intensos
Deixando perceptível o ódio, não vejo
O sol, a lua e os olhos disputados

Dias sem graça, sem vista para o mar
As pessoas estão descompassadas
Querem apenas olhar para si, não sinto
O amor, a verdade e o que sou...

Eu quero correr mais rápido
Assim posso ver por onde anda
Aquela sua bela cauda de elfa perdida
Nem você se lembra... preciso lhe achar!

Minhas mãos andam atônitas sem luta
Sem fé não posso ter coragem, não acredito!
Que vou chegar sem ferir alguém, mas sem achar-lhe
O que sou? Talvez pó feito pedra viva... ou brisa

Que os dias venham e se vão talvez secos
Que a vida seja um mar temperado,
Também com a suavidade que carrega consigo
E que dá a quem tem medo!

As pessoas na rua já me olham estranhas
Sou quem na verdade?
Pó feito pedra viva? Um ser empoeirado...
Trazendo ainda a nostálgica esperança de sonhar...