quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Teu amor

Em qual espaço dentro da lua
Sob este sol hei de achar
Em qual lua dentre este espaço
Sob as estrelas hei de te amar

Sob qual pretexto encontro-me
Ante meus olhos deitas
E mesmo que abalada estejas
Descansas sob meu olhar

Em qual espaço hei de ver-te
Com a pele nua a devorar
Canções, sabor, silêncios

Em qual espaço hão de ver-nos
Felizes, calados, cúmplices
São canções, és teu amor

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Alma

Pedaço do ser intangível
Ser invisível, mas presente
Nos olhos, no corpo
Expressão que culmina
Em dias felizes ou não

Pedaço do ser incompleto
Sem o fim que marca
O início do jeito certo
Os olhos, o corpo, portas
Para a alma, intangível
Expressa sob a expressão do ser

Alma sem cuidados
É ser amargo e findo
Nada há sem cuidar
Orai e pedi paz
Pedaço do ser que é invisível
A não ser aos olhos...

Pedaço de nós que culmina
No fim que é início
É tudo por ela
Desde o sopro divino
É pedaço que molda
Os dias que nos seguem...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Érica

Num dia lá atrás num ônibus
Pra casa volta, se senta
Em outro no portão sorri
Mas noutro apenas chora
A história não findaria ali
Anos a fio, lágrimas e felicidades

Hoje em casa deita e dorme
Sua pele de seda me entorpece
Corre corre e corre
Se cansa, se ajeita e dança
Qual dia não vemos o sol
Venha comigo, deitar-se
Sob a lua, sob as estrelas

Passar pelos corredores e ver-lhe
A aliança levar à boca
Sentir que posso perdê-la
Me enlouquece, me mata e cala
O coração confuso, horas más
Não se canse, me ajeito, me arrumo
Passar por onde passa, amar

Qual dia nossa casa comprar?
Nestes dias a turbulência arrebata
Paciência, paciência, paciência
Por ora nos basta rezar
Aprender que nada é por acaso
Nem a dura lição de não se safar
Das privações do sistema e se calar

Érica menina amor e flor
Em seu peito a coragem flui
Em seus olhos a luz é azul!
Suas mãos serenas com o filho
Em meu peito amor
Dias tranquilos hão de vir...
De mãos dadas sempre em frente!

sábado, 20 de outubro de 2012

O poeta

Acordar, sair, rezar
Cantar, ceder, amar
Nada aqui, ali, acolá
Apenas ver, ouvir, amar

Amanhecer, sentir, o sol
Queima, fica, corpo
Quente corpo, acolá
Apenas sentir, amar

Qual
Quem
Onde?

Amanheço assim
O sol assim
Onde vou?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Beije-me

O que esta ali
Seu poder sua carne
Meu desejo
Sua força, halito
Qual?
Como?

Ali um ser frágil
Sob a carapaça da tartaruga
O eu querendo
Quando?
Onde?
Os dias findos

Quando acaba?
Sob esta lua...
Vamos!
Agora... já!
Não entendo estes dias
Frios demais

O calor esgotado
Quero um corpo
Uma alma serena
Ouça... minha voz
Retruque agora...
Acabei... beije-me...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ante o mar

Calmo mar
Andar calmo
Suave pisar
Pisar o mar
Olhos verdes
Mata verdejante

Calmo mar
Mas atente
Noroeste próximo
Sem calmo mar, mas
Olhos verdes
Verdejantes pastos a balançar

Calmo mar ainda
Hoje, ontem, olhos
Foram-se no mar
Sereia, mistério
Doce falar
Nada a dar

Embora calmo
Doce mar
Olhar
Perdido na maresia
Que quando volta
Nada pode falhar

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Alma... desejo...

O sangue escorrendo
Medo medo
Palavras quais?
Neste ar quais ares

Nenhuma lua
Nem um sol neste dia
Apenas o mar
Raquetes trovoando

Onde estão
Os dias tranquilos
Cabeça sangra... corpo
Corpo que enlouquece

Sua cintura
Sangue acelerando
Culpa do coração
Rápido bombeando

Sangue escorrendo
Abriu-se a cratera
Alma que se deita
Quando se ajeita?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sob a lua

Na rua num dia sob o sol
O carro para, se ajeita
Estende a mão, acena, esmaga
Livre é, buscando seu melhor
Cuida cuida, acende sua calma
Na vida no tom, na malhação

Na rua num dia sob a lua
O carro para, sai e se anima
Canta grita e berra
Ó mundo veja!
Livre, leve sob a blusa
Cuida cuida, na praia, neste mar
Meu nome é comemoração

Na rua, num dia, vi-lhe passando
Tão sutil, querendo o bom dia
Ao trabalho e apaga-se isto
Por que isto é desejo, sutural
Mas não pode ganhar vida
Acaba-se assim... tudo
Toda esta aura e magia

Na rua me beija, como vai
Vou bem se vejo o sol
Na praia que nunca foi
Ainda espero, ainda é de dia
Luto luto luta! Caia e se levante
Assim que sigo... assim
Mas me espere, nem que seja
Para um despertar sob a lua...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Assim assim

Qual momento qual caminho
O ser caminha logo enxerga
Verdade vejo, mas nada sinto
Qual sol me aparece frio?

Qual momento a mulher excita
Palavras vis... assim assim
Assim? Peito surta
Desejos... vem... me exausta

Qual dia assim assim
Sua lembrança... o dia
Clareando, conversas
Intenso, mas sutil assim assim

Você contando
Eu escutando...
A lua alta... assim...
O beijo que escapou

Nada demais
Asim assim
Pra outro dia
Não escapar mais...