quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tempo

Estes seus olhos penetrantes
Suas mãos conflitantes
Este seu cheiro ao vento
Esta penumbra em que se esconde
Sua luz pulsante
Obra apaixonante
Que se esconde sob o silêncio
Dosando seu mel lancinante

Esta sua aura de menina
De fazer triste sina
Neste ser, um puro errante
Que se esconde durante o dia
À espera dos ais diários
Que fazem desertos
Os áridos olhos do poeta
Dosando sua loucura de antes

No gelo que são estes minutos
Transformados em horas de solidão
Aguardando seus dedos sobre o diamante
Lapidando o dia que se passa
Que se esconde dos olhos meus
Consigo trazer junto da alma
Apenas umas palavras tais, que
Entregam meu coração ao seu

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sentindo

Entre ir vir estar
Vou fico ido
Que findo o ir
Vou de vir cansado

Entre vir ir estar
Estou indo e findo
Que rindo indo
Vou ir amar

Entre fique e espere
Indo assim vindo
Rindo findo gostar

Entre espere e vá
Depois que vir amar
Vou de vir amado

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Regresso

Na esquina daquela casa
No encontro de águas escuras
Os olhos debaixo d'água não abriam
Mas o toque que vinha de sua direção
Deixavam claro...
Continue falando, lhe acho, fale

Na esquina daquele enfado
A voz que ecoava na mente
Os olhos abaixo de tudo, o toque da sirene
O que houve com as palavras
Como ouve as palavras, ditas, mal ditas
Na esquina foi assim, um enfadado fim

Claro... vontade de dizer... Não foi assim
Vontade de explodir!
Como se na rua tivesse lhe visto
Antes de o coração alertar para o fim
Como se o começo não fosse bom
Mas no fim o fim seria bom
Deixaria, como a um pássaro, o vento levar
O que não se muda, o que não ajuda
Como se o amor pudesse enfim ser revisto...

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Som no ar

Destravar a amarra do corpo
Desfazer o nó na cabeça
Ver o sol
Sentir, fluir, seguir

Talvez amar, sempre orar
Se pedir peça o certo
Destravar a amarra da alma
Ver, sentir, ser, fluir

Sempre amar, talvez demonstrar
Se for ir vá de uma vez
Ver a lua
Sentir, dormir, esquecer

Desfazer o nó do ressentimento
Se for pra ser que seja um sol
Brilhe para qualquer um
Ser, querer, viver

Talvez lhe esquecer
Se for pra amar, que seja você
Sob a lua e sob o sol
Amar, dormir, acordar

E assim quando a flor despertar
Que seja com sua face
Sob o canto dos olhos
E um bom som no ar...

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Gritando da janela

Você saía
Eu gritava
Quando queria
Você voltava
Não assim
Não aos gritos

Da janela eu
Não sabia o rumo
Daquilo que lhe ía
No corpo, na alma
No som apenas ouvia
Enya... E ía

Da janela gritava
E eu?
Apenas ouvia
Apenas me lia
E não sabia
Que lhe amava...
De verdade

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Bússola

É um norte sem bússola
Ainda assim me acho
Busco e lhe encontro
No sul, norte azul no mar

Banhada na areia enfrentando
O calor que lhe queima
A pele sob o sol, suas nuances
O olhar que mira e mata

É um norte sem bússola
Quando os olhos passeiam
E param de repente, fuga

É um norte em uma bússola
Para onde olhar é sorte
É um sussurro surdo de desejo

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Sozinho

Não que fosse o fim
Mas este começo parecia meio
Ficava a meio caminho da metade
Ali meu coração esteve, amou

Preciso sair e ver o sol
Ficar a meio caminho da lua
No fim de uma praia
Observando Mercúrio
Subindo e descendo no humor

Não parecia fim de nada
Ou do nada
Ficava aparecendo tudo junto
Sol, lua, mercúrio

Precisava apenas sair para o ar
Para diminuir as nuances
De dias que parecem pairar
Esta sua aura louca de mulher
Amando desmandos sem parar

Não parecia que fosse fim
Meio do começo também não
Talvez metade do caminho
E sim, nisto tudo, sozinho