sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Feliz ano velho

Corri, vivi, me perdi
Qual dia não me esqueci?
De olhar, sentir, amar...
Qual ano mais vivi?

Feliz ano novo
Feliz ano velho
Correr, acordar, esperançar
Em qual ano serei mais feliz?

Qualquer dia escolho
Ser velho
Ou novo de novo
Quando estou no mar
Feliz ano velho!

Ponto e pronto!
Recomeçar para amar
Feliz em acordar
Em mais uma página despertar

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ansiedade

Os dias aqui passam
Como passam os rios
Até acharem o mar
Ansiosos quebram
Rebentam as pedras
Trazem consigo chuva
Dias que aqui passam
Meu teso pensar
Pelas águas foi-se
pensar...

Os dias aqui
Aqui anseiam
Onde volto
Para o rio de acreditar-se
O rio rebenta à margem
Onde volto?
Ansioso
Por ver-lhe pensar
Tenha calma

Os dias aqui
A calma
A casa sobre as árvores
Calma!
Ansiedade não mata
Mas traz tudo de trás
Para frente sem razão
Dias assim passam
Meu teso pensar
Pelas águas foi-se
pensar...


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sorriso

Um mês e descansa
Anjos lhe aparecem
Sorri inocente
Bochechas modeladas

Um mês e descansa
Anjos lhe seguram
Onde anda sua mente?
O que se passa em seu coração?

Um mês apenas e sente
Às vezes triste por perceber
Que o que deixou no céu
É mais suave e belo

Sorriso inocente
De uma mente enxuta
E quando abre os olhos precisa
De estímulo... como fazer-lhe sorrir?
Se quando dorme... sorri sem enfeites!

O Grito

Na rua escura peito nú
Mãos à frente tempo quente
A boca muda grita grito surdo
Na rua, escura, me perco
Ao som de sua voz me deito

A enchente permeia nas nuvens
Parece distante, mas estamos a pé
A bicicleta da criança é veloz
Mas a enxurrada, levada a cabo
Ao som das águas caio...

Na rua estragos peito aberto
Mãos à frente tempo de luta
A boca fala, cala, escuto
Na rua o rio, sorrio e tchau
Ao som do silêncio percebo

O grito
Gemido incrustado no ser
Seu ser... cansado ser... de ser
O grito mais audível
Durmo.. reluto...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sussurros

Mais do que o perfume floral, seus olhos
Olhares mais do que especiais, sua boca
Beijo tão intenso quanto meu sonho, seu corpo
Pele tão suave quanto o fino do mar, o sol

Quente como a lava do vulcão, seu sexo
Ofegante, rítmico, pulsantes desejos, sua vida
Vivida para desencadear um misto, sentidos
Que o que se vive é o que é preciso, pensar

Penso, não sei, mas tento, lembro
Dos seus passos, deixando a grama verde
Quente como um dia de sol, sua boca
Beijo doce desconhecido, seus olhos

Olhar que mira outros olhos, silêncio
Silêncio que perdura apenas aqui, poeta
Poesia que nasce para expulsar de mim, versos
Versos para espairar o que o coração sussurra...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Na beira sem eira

No ar do alto o brilho uns olhos
Na terra no mar estampido, onde?

Ali aqui lá lá são gente e mais gente

No ar do alto o grito uns lábios
Medo medo se foi bebeu bebeu

Ali aqui dormi, cansei, saí curtiu

Do ar o mar o apreço, imenso
Onde onde? Prestatenção!

Ali na bandeira, no entorno da outra

Olho o ar, respiro o som, embora
Vem vem! Não me acho!

Ali, na estrada, na beira sem eira...

terça-feira, 19 de março de 2013

Mar sentido

A mente falha, mas o coração afirma
Como a flor que se abre sobre espinhos
Assim são a mente e o corpo
Um se esconde e o outro se mostra
Até o dia de a mente se abrir

A mente falha, mas quando o coração falha?
Como se fosse uma chuva forte
Tirando da frente as barreiras
Até encontrar diante de si o mar
Pode daí enfim voltar?

Quando a mente é sã, a chuva é fina
Não há sinal do peito afã
O coração falha, mas não se mostra
O vento é que sopra...
O mar fica calmo e sentido...

Gritos!

Gritos dos loucos!
Andanças pra cá e pra lá
Quase nada em haver
Os olhos vidrados cá
O som surdo!
São pérolas sob o escuro!

São os gritos dos loucos!
Todos quase já exaustos
Ao lado do congestionamento
Na via única e lógica
Dos lábios ávidos!
São pérolas sob o calor!

Eram os gritos!
De loucos amigos, trazidos
Pelo congestionamento de idéias
Que unem uma estranha
A filha do acaso, apenas respire
Arrume seu caminho e apenas... (...)

sexta-feira, 15 de março de 2013

A dormir...

Eu só quero contar a loucura
Entender os caminhos vis
Não enxergar é normal? Ver!
Vê! Loucos somos poucos
Por conta de quê?
São derrotas que levantam
São vitórias que consolam
E o sono vem... quase nulo
Os olhos pesam... a gente se ama

E eu só quero contar a loucura
Para que você se lembre
Que nada é só amor, há dor
Mesmo que a dos olhos tristes
Por conta de quê?
Da desigualdade momentânea
Que quando se ama, se cala
Antes da noite que acalma
Os olhos pesam e nada passa...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Sob o luar

Num canto no quarto na sala
As horas, que horas?, quem ora?
A tv o rádio, os sons
Tudo numa lua longe se misturando

A cor da pele sob o sol
Na cor dos dias cinzas
Quando os olhos surreais
Transmitem o querer amigo

Num canto no quarto na sala
O calor da máquina
Dedos contando sons
Lá fora o vento cantando só

Neste canto prometo, o relento
Úmido como o mar,
Manso para dizer que tudo
Acontece sob o luar...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Santa Maria

São os cantos dos cantos sombrios
É descanso neste canto tardio
Desencanto ou alento, tristes
É noitinha... é canto descabido

São os cantos de todos os cantos
De um país em desencanto
É carnaval arredio do encanto
No meio da noite... mortes descabidas

Mas é carnaval... é o encanto dos cantos
Mesmo no canto da tristeza sozinha
Da mãe chorando quietinha seu canto

Mas é carnaval... é o encanto dos encantos
Ah... nada melhor do que... rezar
São os cantos dos cantos sombrios...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sem sentido

Quando nada faz sentido
Quando o sol finalmente se assenta
Sob os pés a água do mar
Nada o que se comemorar
São palavras esmagadas
O silêncio perdurando

Quando nada faz sentido
Quando o que importa
Não esta onde se quer
Quando os olhos são
Nada mais que suspeita
São o silêncio

E quando algo faz sentido
Estou num misto confuso
É e não é, apenas está
Portas e janelas abertas
Flores, os enfeites do seu amor
Sem sentido, sem sentido