segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cara escarrada

Cara escarrada, jeito escancarado, e sim, um silêncio
O que são dias? Senão a esperança de mais dias...

Cara esculpida, um espelho que mira, o que é real?
E o que pode ser senão a velha roupa que lhe cai bem?

Cara tampada e embrulhada... irá pelo correio... dizem que chega

Cara escarrada e sonolenta... toda suja do batom...
Era noite e o sonho foi profundo, mas quase real, o perfume

Da cara apenas o rosto, face branda e esculpida em mármore
A água ainda não desmancha, mas assim, ao tempo, logo se esvai

Diziam que chegaria, mas não acredito... poesia infame...

Onde vai o ônibus quando pega todo mundo?
Cada casa, cada história, tanta cara escarrada

Como se fosse isto só, isto fosse então verdade
Como a crua relevância dos dias que se passam

Como a dura importância que dou a certos ares...