segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Você

Que a intensidade daquilo que sinto
Seja deixado à sua porta pela manhã
Nas asas de uma colorida borboleta
No pingar suave das gotas de chuva
Cativando seu desviado coração
Emanando sem perceber, luz
Que isto seja grande enquanto vivo
Que seja tudo o que preciso
Que sem você não sei seguir

Um segundo

Por um segundo contar as horas
Do tempo que lhe leva só
Como que num barco navegante
Pintando de colorido a alma deste poeta
Sangrando mar adentro no horizonte

Por um segundo as horas contar
Do tempo que lhe leva num instante
Distante daqui de minhas palavras
Sua imagem distorcida em minha mente
Mas ainda sim viva e pulsante

Quanto tempo demora um tempo
Quantos segundos os olhos nus
Sem a certeza de que lhe quero
Fico à espreita do coração
Pra sempre prostrado em sua alma

Por um segundo somente o seu sorriso
Na mesa com orgulho alheio
Mas durou menos que a reação
Do açúcar no café... dissolvido
Não separa mais, apenas se bebe...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Culpa

As ondas do som subindo e descendo
A raiva estampada em sua gentileza
Como se houvesse culpa em meus olhos
Como se cego fosse, e com um coração vil

As ondas no peito deixando a areia da praia
Da sombra vermelha de sua boca, olhos fortes
Como se cego não visse o navio partir
Levando sua lembrança da mente mar adentro

Segunda-feira o corpo eletrizou a alma
Mas a guerra travada pelas roupas sujas
Fez-se mais importante que a limpeza
Por que me preocupo, se é inocente?

As ondas do som misturadas à raiva
Que estampada em seu semblante expelia
Venha e deite-se,  misture sua raiva à merda
E beije esta boca que lhe estampa, mente

Basta ver que na rua não falam mais de si
Basta ver que os poetas estão sumindo
Basta ver que os dias estão mais curtos
Basta ver que a raiva não lhe leva a nada

As ondas do som subindo e descendo
A raiva estampada em sua gentileza
Como se houvesse culpa em meus olhos
Como se houvesse culpa em meus olhos