quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O desejo

Escarnecendo da mira do teu zelo
Foi que percebi teu chegar ígnóbil
Veio assim tão sorrateiro...
Tua lembrança inda vem dócil
O cego ao léu deu-me chamas
Noutro lugar, noutra hora tua sina
Em camas quentes teu céu inflama
Como as pautas das insígnias
Em tua boca quase seca
Meu fel derramo incessante
Para que te lembres da deixa
Aquele dia, meu foco inebriante!
Tentando de tudo para esconder
Os lábios, os olhos, o escarro
Sumindo dentro em orvalho na boca que se queixa
Da falta, do gozo, da vil morada
Em fins de se fazer algo errado...
Nada houve que pudesse arremeter
Pra algum lugar donde víssemos
Areias e mares... são apenas lugares
Das volúpias tuas! De teus sabores
E que me fazem de louco... um apetrecho
Um adereço reciclável para a próxima lua...

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