quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O frio tempo

"Há muita gente"
"Não há não..."
"Há sim...
Estão devorando o tempo
Como numa pintura...
Não te acho"
"Estou aqui"
"Talvez eu tenha perdido minha visão
Você deve estar l o n g e . . ."
"O que houve com sua voz
O que se ouve daqui"
"Nada que não queira...
Minha voz quer dizer-te! Estás linda hoje!"
"Ah"
"Onde tu estás?...
Não vejo tua casa nem teus olhos..."
"Estou . . ."
O poeta foi pra casa
Sua roupa estava diferente
O ar que respirava gemia
E a sua volta nada era reluzente
Ela sumira como num conto
E a pintura devorando o tempo...
E estas mãos coradas do teu escarço!
Fez-me saber que nada é mais que o vento
Nada... nem mesmo o algoz relento
Daquele teu belo coração!

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