terça-feira, 22 de maio de 2012

Na calada da noite


Na calada da noite calo
Uma sombra esguia se eleva
Uns olhos metidos na cara
Um brilho suspenso pelo ar
As palavras fogem sem razão
O ar parece mais ávido
Por novas descobertas
Sua pisada fica ainda mais suave
Acompanhada do vento
Que remexe seus cabelos com encanto
Sento-me na espreita
Observo apenas sua sombra sob a lua
O que vem depois?
As pessoas pararam de se mover aí
Quando tudo foi-se
Embora para onde não podemos tocar
O corpo, a face, o coração

E ficar ali parado apenas olhando
Fez com que palpitasse
As íris que me sobressaíam quentes
Naquele momento
Naquela hora sem razão

Na calada daquela noite
Enya rebentava sem parar
Uns olhos dormindo
Um brilho refletido pela pele                    
Palavras ficando mudas
O ar mais suave e rígido
Com as novas descobertas
Seu corpo deitado descansando
Sentei-me à espreita
O coração condenou-me
As pessoas pararam ali
Quanto tudo se aquietou
Embora houvesse barulho
Mas era do mar a rebentar as pedras

Nenhum comentário: