quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Tela apagada

Numa onda de leveza e perdição
O vento carregou meu coração
Levou-me sem graça do seu lado
Sem sol, sem ruído, sem vida, enfim

Numa onda de leveza e perdição
O vento alçou-me longe para sua estação
As portas trancadas, meu peito calado
Sem som, sem boca, sem enlace, enfim

Numa onda de leveza e perdição
O vento trouxe seu perfume
Carregado de desejo, um doce azedo
Sem olfato fiquei, sem tato lhe toquei

Num momento quis afastar-lhe
Sem sentido seguir seu perfume
Mas sua destreza em ater-me
Deixa minh'alma paralisada

O vento traz-me sua chegada
Chuva intacta que molha meu corpo
Corpo que esta mudando com seu afago
É a nuance que você impregnou na tela
Tela pintada a lápis que logo apago

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