domingo, 28 de dezembro de 2014

Correnteza

Queria ter dois corações
Um para os dias de sol
Outro para quando em lua
Porque a mim basta amar
Verdade que a mentira destrói
Em nada posso creditar o acreditar
Que não em minha capacidade, doar
Parte de mim
Parte de si
Coisas que não se vende, amar

Queria ter mais anos de paz
Todos para a poesia
Onde a lua rende o sol
Onde a verdade é toda sua
Nestes anos teríamos o olor
Da mais fina flor
A preencher todo o espaço
Da sala onde se deita, dorme
Descansa sob a atmosfera perfumada
Sentindo-se perfeitamente amada

Seria fácil dizer a verdade
Neste louco mundo de ninguém
Mas vou-me agora neste além, mar
Por meu barco n'água e velejar
Nas ondas serenas de suas palavras
Esgotar minha ausência de ser
Que mais vale observar os peixes
Deixar eles levarem a embarcação
Do que ater-me aos ventos surdos
Levando de mim todo meu coração

Um comentário:

Unknown disse...

Que maravilha, poder ler este poema tão forte, tão cheio de emoções, encontradas em uma viagem na alma, e ancorada em um coração tão sensível! Parabéns, Roberto! Mais uma prova de sensibilidade transformada em belas palavras. Você é um grande poeta! Um abraço... Rita.