quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O poste

O poste parado tudo contempla
O pedestre desajeitado
A bicicleta recostada
O carro que vem vem e 'plac'
Sirene, sirene, sirene

O poste continua parado, contemplando
Imprudência, imprudência
Pensava ele, absorto em seu concreto
Um arranhão muito indigesto
Silêncio, silêncio, silêncio

O poste na rua mira tudo
O cachorro que passa e lhe banha
O ser gentil que de fome reclama
O carro que com presa lhe porra
Desastre, desastre, desastre

O poste também não reclama
Em seu topo um pássaro canta
Seu alento na noite sem cama
Dorme em pé sem chance de fama
Isola, isola, isola

Nenhum comentário: