domingo, 15 de novembro de 2015

De flor em flor

De flor em flor sussurrando ao mel
O que a água não sabia, é que morria
Ante a ferocidade de suas mãos
De flor em flor ela deixava sua marca
Atrocidade desconhecida, desconexa
Mundo estranho, de flor em flor
Ela apagava sua memória feliz, sopro
E ele esquecia assim que a amava
Ela, o pedestal de um amor platônico
E a lama que cobria seu coração
A água lavava, e de flor em flor
Ele a observava, feliz com seu sorriso

De flor em flor ele a seguia...
Seguia para ser um idiota feliz
Feliz por ser seu sonho mais distante

Entre um sopro e um cuspe, ela o beijava
No átrio ela apenas pedia aos deuses
Livrai me deste idiota, mas ele seguia
Que de flor em flor ele a achava, ofegante
Porém triste entre as construções, olhos
Que a fitavam, não como uma flor
Talvez perdida, talvez borboleta sem asas
Mas eu a esperava, introspectivo num sonho
Temendo por sua felicidade, que buscava
De flor em flor, com ódio e com amor
Estava ali para tudo e para nada neste fim
Que de flor em flor, eu lhe achava, amava...

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