terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ao cais

Se com tua altivez pudesse retratar
Trazer este incêndio gradual que queimas
Toda tua beleza no espelho
Tristes verdades que cospe em meus olhos...
...secos olhos sem a chuva de tua vida

Suas vestes internas trazidas por um canto
Miúdas palavras balbuciadas sem ritmo
Com a clareza dos deuses, com a leveza...
De um tapa na cara que lhe beija!
Seca a água que lhe molha o corpo

Antes de tua investida fria, sem coração
Hei de entender que assim já não posso
Ver-te como tal, jarro de luz, besteira
Que quando me envenenas, sorrio
Vendo a lua que te deixas arfante

E, se deste lado eu insisto em ser-te errante
É que não conheces toda minha poesia
Por que se vejo aquilo que a paz apraz
Não seria justo deixar a rua e seguir pro cais?
Partir sem adeus dizer, morrer sem amor te ser?

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