Se com tua altivez pudesse retratar
Trazer este incêndio gradual que queimas
Toda tua beleza no espelho
Tristes verdades que cospe em meus olhos...
...secos olhos sem a chuva de tua vida
Suas vestes internas trazidas por um canto
Miúdas palavras balbuciadas sem ritmo
Com a clareza dos deuses, com a leveza...
De um tapa na cara que lhe beija!
Seca a água que lhe molha o corpo
Antes de tua investida fria, sem coração
Hei de entender que assim já não posso
Ver-te como tal, jarro de luz, besteira
Que quando me envenenas, sorrio
Vendo a lua que te deixas arfante
E, se deste lado eu insisto em ser-te errante
É que não conheces toda minha poesia
Por que se vejo aquilo que a paz apraz
Não seria justo deixar a rua e seguir pro cais?
Partir sem adeus dizer, morrer sem amor te ser?
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