Espero pela poesia como a uma faca
Que ela rasgue minha carne e jorre
Toda a sua fúria sobre minhas mãos
Que me engula como a uma onça
Faminta por carne fresca e por vivacidade
Espero pela poesia como a um vulcão
Cada dia mais ativo e imprevisível
Detonando minha perspicácia segura
Não dando chances para saber onde
Devo esconder estas verdades mentirosas
Espero pelas palavras escritas
Com o peito aberto conjeturando
Cada medida impensada e crua
Ainda sem a seiva do intenso
Do amor faminto e quente
Espero pela poesia como a um jaguar
Rasteiro, ligeiro, mas magnífico!
Escrevendo seu roteiro de medo
Roteiro de caçadas intermináveis
Gerando pra si forças intrínsecas da carne
Espero pela poesia
Como ela espera de mim
Confissões sobre a morte
Que não da alma e do corpo
Mas das letras em si, sobrepujadas
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