Por sobre muros caminhamos
Cada um de um lado do sol
Fazendo sombra, dormimos
Sem tempo para dizer adeus
Sem flores para regar, cuidar
Por sobre muros flutuamos,
Ruímos
A descida é vertical
O chão se engrandece na queda
Mas o som me denuncia
O rouco da voz guardada
Por sobre os muros festejamos
As flores secas receberam sol
Fluímos
De onde parto não tem volta
Cada um de um lado dessa nuvem
Densa como um vulcão
Frágil como um dente-de-leão
Os ventos nos arrastaram
As flores enfim receberam abelhas
Vivíamos
Nenhum comentário:
Postar um comentário