quarta-feira, 25 de maio de 2016

Humano miséria

De dentro do covil o que viria a ser
A esperança muda dos olhos calados?
O avanço dos que encontraram obstáculos
Que beleza há nisto? Que sabedoria mais insana
Estar gritando enquanto o jogo é de trapaças

Em qual periferia seus entes se encontrarão?
Cansados de cuspir o chão onde os carros correm
Os retrovisores estão a sorrir de sua marginalidade
Que beleza há nisto? Que sabedoria há de se perder
Enquanto se gritará por mais um tempo neste mundo

Na sala, na cozinha e nos quintais, o que há de entrar
Do que há de novo? A miséria será tratada novamente
Como uma mera condição do ser humano miséria
Lá dentro do covil penduraram o povo num quadro
E traçaram retas e curvas sobre suas faces, calcularam...

O exterior espera já sua parte desta matemática
O exterior dos pensamentos que não pensam 'povo'
Estarão a cabecear as bolas que forem chutadas no gol
Algumas baterão na trave, algumas pra escanteio
Quando outro mestre do gol estará entre nós?

Em qual periferia encontrarão os seus pares?
Serão contados como um número insólito
No jornal extraordinário do amanhã, mais um corpo
Alguém gritará da sacada: E o amor? No que o sol
Escaldante sobre a pele revelará apenas dor, suor, luta

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