terça-feira, 12 de maio de 2015

Fundo branco, pano vermelho

Fundo branco, parede quebrada
Pela cor que a preenche
Pela dor que não compreende

Fundo turvo, dos blocos dispostos
Em contraste com a pele
Com o corpo largado

Quanto aos olhos, não vejo
De tão profundos a sonhar
Com um beijo, talvez amar

Fundo branco, pano vermelho
Como o sangue de suas veias
Como os cabelos se misturando
À nave que lhe abriga, cogita

Tocar-lhe o corpo nú
Mas apenas lhe pousa
Tocar-lhe a pele alva

Mas apenas lhe pinta, repousa
A suavidade da vida que leva
Seu coração em meio a esta tela

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