terça-feira, 7 de abril de 2015

Céus

Nenhuma estrela, nenhum sinal
As nuvens densas seguem festeiras
Se noutro dia as águas deste céu
Corriam sedentas por este manancial
Hoje parecem duras, subindo a ladeira

Nenhum movimento, nenhum espasmo
Neste ser que habita o não sei quê
Se noutro dia sabia o nome disto
Neste céu já não sei nem o nome
Do que lá trás chamamos de estrelas

Nenhum cheiro, perfume tampouco
Um corpo nú deixado à revelia
Por que outro dia ousou despir à fria
Que era a água vinda lá do céu
Numa onda avassaladora de ais

Nenhuma onda, nenhum sinal
Nem o olhar que vem do nada
Chega brilhando na tela apagada
Consome a tez, consome o tal
Do que um dia chamamos de paixão

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