quarta-feira, 15 de abril de 2015

De repente

E se o risco indolente que trago dentro de mim
Assaltado das proibições impostas
Fosse a flor que falta perfumar
A vida que do ser pensante brota

E se a foice que leva meu pesar
Vinda sorrateira sem um aviso dar
For invés de foice, arado
Para esta terra bem tratar

E se o errado fosse mesmo o certo
O corpo aflito não ficaria
Nem o coração só pereceria
Nesta terra que se plantando tudo dá

E se, ainda que e se fosse um senão
Com este seus olhos fuzilantes
Fossem um risco reluzente
P'esta alma tão errante

Que no calor se deixa ausente
Com a boca escancarada
Teimando as palavras desnudar
Como se amor fosse de repente

Um comentário:

Unknown disse...

Que show, Roberto... Emocionante, belo, profundo e forte. Parabéns, meu amigo! Bjs