quinta-feira, 8 de julho de 2021

Entre redes

Realidade por entre cabos
De onde teu cheiro
Me cheira uma incógnita
Dos olhos que somem quando
Teu olho máquina falha
Num dia chuvoso a rede balança
Com o vento e pelos ventos
Que falham o sinal
Quando volta parece um rabisco
De uma tela maltratada
Pelo mais hábil pintor
Quando enfim há nitidez
Sua voz me some entre os botões
Que não me ajudam a aumentar-te
O som tremido de suas vocais
É entre esse meio que entremeio
O papo que a distância impõe
Realidade por entre cabos silenciosos
Roteando o encanto de tanto
Que longe estás 
De onde teu cheiro míngua
E teu gosto é tão virtual
Quanto minha habilidade de amar...

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