quarta-feira, 31 de maio de 2017

Entre olhos

Fecho os olhos, lhe vejo
Sinto o doce que arrastou
Pelo ar quando pisou
Marcou meus olhos
Igual a um Zé
Desci da solidão
Por um minuto somente
Num momento de efusão
Abro os olhos, sinto o cheiro
A comida pronta está 

Abro os olhos, o espelho
O poeta denuncia
Entre olhos, expressão
Do dia que foi dia
Hoje frio
O poeta renuncia
Encaixa palavras
Busca assim lhe querer
Fecho os olhos, lhe tenho
Nesse frio, do outro lado

Quando acordo, saudade
O poeta renuncia a si
Cheio de palavras escondidas
Pelo ar quando pisou 
Mesmo distante
Mesmo que tenha ignorado-me
Algo enfim despertou
Calor combatendo frio
Tensão sem sentido
Amar sem ser banido


 
 

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