sexta-feira, 3 de março de 2017

Flor

De repente ela se abre diante do sol
Se ilumina mais que aquele astro
Esconde seu perfume consigo
Faz da vista do mar, abrigo
E eu, um espelho quebrado
Faltando alguns pedaços
Não sou reflexo perfeito
Ao contrário, sou assim sem jeito

Flor que se conserva fora do jardim
Seu perfume escondido em si
Eu, condenado, por alguma solidão
Como posso assim sentir
Errado sei como o astro no céu
Beijando a Terra, cuspindo fogo
Passeia como um respiro
Escapando assim seu reflexo

Não, eu não tenho um espelho
Sou reflexo turvo em mim
Sou verso inacabado
Pretenso a ser escravo do eu
Este, perdido nesse oceano
Observando longe o mar
Desejando assim não mais voltar
Subindo subindo subindo

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