domingo, 20 de abril de 2014

Tempo louco

Na rua, na beira, na esteira
Dos acontecimentos... nada
Pessoas caladas, tijolo na mão
Olhos baixos, nenhum senão
Na beira do que hoje é visto
Como relacionamentos digitais
Minhas palavras esmaecem...
Tortas palavras para um tempo
Louco como os que amam digitando
Teclando a pele alheia, luz nos olhos
Luz nos olhos que são os azuis
A violeta aqui não é flor... é dor
Da tela que passa tudo... traz nada

Na rua, na beira, na esteira
Do que proteje nossos dedos?
Neste tempo maluco, tudo é pressa
Corta a via como se estivesse só!
Mas à frente há uma criança...
Estava com sua mãe... grudada
Ao poste

Triste fim
Triste assim, logo fugiu

Na rua, na beira, na esteira
Mundo moderno não lhe vê
Ó flor...
Posta-lhe na tela, mas seu perfume
Fica contido no vasto campo
Onde alguns ainda ousam buscar-lhe
Mundo louco! Tempo louco...
O carro cortou a via apressado...
Era só uma criança... só uma criança...

4 comentários:

Anônimo disse...

Mundo Moderno! Show de Poesia

Gabriel Agassi

Cléber Assis disse...

Grande Agassi, realmente os tempos são loucos.Diante da tela entrega-se tudo e nada vem de volta.

Cleber Assis disse...

Gostei demais, um abraço.

WilsonAF disse...

É o que parece, e que tá escrito desde tempo atrás...a exemplo de uma rede social que comunica de forma impessoal.